quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quem tem silicone pode amamentar normalmente



O Dia Mundial da Amamentação, que foi comemorado no dia 1º de agosto, reforçou a importância do aleitamento materno e promove a amamentação natural. O leite materno é fundamental para o desenvolvimento infantil, já que possui todos os nutrientes que um bebê precisa até aproximadamente seus seis meses de idade.
“Além de evitar a desnutrição infantil, a amamentação fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê, imprescindível nesta fase”, ressalta o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Uma dúvida muito comum nos consultórios de cirurgia plástica é se o implante de silicone pode atrapalhar a amamentação da criança, especialmente nas mulheres que ainda não tiveram filhos.
“A resposta depende basicamente de dois fatores – o tamanho da prótese e o local onde ela foi posicionada. O implante pode ser colocado por trás do músculo peitoral, entre ele e as glândulas mamárias ou ainda entre a fascia peitoral e o músculo. A penúltima opção é uma das mais utilizadas, pois o resultado final fica mais visível e é o que as clientes mais jovens solicitam”, esclarece.
Pacheco esclarece que quando a prótese é maior do que o recomendado há riscos da produção de leite ser prejudicada, pois o silicone pode comprimir os canais por onde o alimento é transportado, dificultando sua passagem. “Isto raramente acontece porque o organismo tem um enorme poder de adaptação. Com as inovações tecnológicas utilizadas na fabricação de próteses e também nos procedimentos cirúrgicos as chances de ocorrer algum problema na amamentação é quase nulo”, explica o especialista, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
Após o implante, a paciente deve aguardar no mínimo quatro meses para engravidar, sem correr qualquer risco durante a gestação e sem prejudicar a amamentação. Mas para evitar estrias o mais prudente é esperar seis meses, pois durante a amamentação a glândula mamária aumenta de tamanho e somando-se ao aumento da prótese pode ocorrer um estiramento da pele, causando as estrias. “Quem já é mãe deve aguardar pelo menos seis meses após o término da produção de leite para se submeter à cirurgia”, destaca.
Um fato verdadeiro é que com a colocação da prótese pode ocorrer a redução ou perda de sensibilidade nas mamas, principalmente nas que possuem um volume menor. Isto acontece devido o estiramento do nervo, que pode causar sua ruptura parcial ou total. “O nervo das mamas cresce um milímetro por mês e por isso pode demorar até mais de dois anos para a sensibilidade do mamilo voltar ao normal. Na maioria dos casos o sintoma é temporário, mas há casos em que ocorre o contrário – o nervo é estirado e a sensibilidade aumenta, assim como ocorre quando a glândula mamária começa a se desenvolver na adolescência”, aponta.

Implante não atrapalha a realização de exames

O médico aponta que um dos mitos que cercam o implante de silicone afirma que a prótese atrapalha a mamografia, exame ginecológico fundamental para a saúde da mulher e que pode identificar nódulos, tumores, câncer e outros problemas nos seios. “O implante mamário pode causar sombra e não permitir o diagnóstico na mamografia, mas atualmente o exame é associado à ecografia de mama, o que possibilita o diagnóstico com certa exatidão”, evidencia.
Em implantes muito grandes pode haver dificuldades para a compressão dos seios durante a realização dos exames, reduzindo a qualidade das imagens e prejudicando o resultado. Neste caso o médico pode solicitar a Tomografia Axial Computadorizada (TAC) e a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) que são exames que nos fornecem imagens com mais detalhes. “Quando a paciente for se submeter ao exame é preciso avisar sobre o implante, para que o profissional utilize uma técnica específica para a realização do procedimento”, observa.
Nas mulheres com prótese os seios são tracionados e apenas o tecido mamário é exposto ao raio X, evitando que o silicone interfira no resultado. O implante também não influencia a realização de outros tipos de exame, como a ultra-sonografia e a ressonância magnética. “Vale lembrar que não há riscos da prótese romper durante os procedimentos e todas as mulheres, com ou sem silicone, devem fazer os exames periodicamente de acordo com as indicações médicas”, enfatiza.
A prótese também não aumenta as chances do aparecimento do câncer, nem atrapalha o auto-exame, pois não há glândula por debaixo dela. Todas as mulheres devem fazer o auto-exame uma vez ao mês, sempre após o período menstrual. “O toque é apenas uma forma da mulher conhecer mais o seu corpo e ficar atenta a qualquer mudança que possa indicar a presença de algum nódulo ou tumor. Mas é importante destacar que ele não substitui a consulta a um especialista e nem a realização dos exames, é apenas uma técnica complementar”, finaliza.

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